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sábado, 15 de outubro de 2011

Eric Clapton is God, em São Paulo

 
No feriado de 12 de Outubro, numa noite fria e com a típica garoa paulistana, 45 mil pessoas foram ao estádio do Morumbi assistir ao show do guitarrista Eric Clapton.
Com pontualidade britânica, o show começa uma dedicatória ao piloto brasileiro, Felipe Massa, e com 'Key To The Highway', do álbum 'Riding with the King', parceria de Clapton com outra lenda do blues, BB King, e a platéia já aplaude calorosamente ao primeiro solo de guitarra (os aplausos se repetiram durante vários solos). O blues toma conta do estádio, com destaque para o cover de Muddy Waters, Hoochie Coochie Man, até que tem início o trecho 'acústico' e intimista do show, com Eric sentado num banquinho e demonstrando todo seu talento ao violão, com fortes raizes do blues, começou com Driftin' Blues, tocou o sucesso 'Lay Down Sally' e uma canção de seu disco mais recente, 'When Somebody Thinks You're Wonderful', para ouvir todo o público cantar junto Layla, em versão parecida com a do Unplugged '92.
Retomando a parte elétrica, Clapton tocou 'Badge' dos tempos de The Cream, para depois emendar o hit 'Wonderful Tonight', com direito a celulares acessos pelo estádio. Passado o momento mais romântico do show, o blues voltou com força total com o clássico 'Before you accuse me', e 'Little Queen of Spades', do bluesman e lenda, Robert Jonhson, a maior influência de Clapton, com direito a solos e improvisos longos, demonstrando toda a qualidade não só do guitarrista, mas também da banda de apoio, formada por Chris Stainton e Tim Carmon nos teclados, Willie Weeks no baixo, o baterista Steve Gadd, e Michelle John e Sharon White nos vocais de apoio.
Todo o estádio se levanta quando começa 'Cocaine', fazendo inclusive o pessoal da platéia vip, sentada até então, se aglomerar a frente do palco para ouvir um dos maiores - se não o maior - sucesso da carreira do cantor. Uma breve pausa e ele retorna para executar a última canção do show, Crossroads, encerrando uma bela apresentação apesar da pouca comunicação dele com o público (apenas um ou dois "Thank You"), e do som um pouco baixo, mas que demonstra por que Eric Clapton é um dos maiores guitarristas de todos os tempos.


Eric Clapton - Key To The Highway Live @ São Paulo, 12/10/2011

Eric Clapton - Before You Accuse Me Live @ São Paulo, 12/10/2011

domingo, 10 de janeiro de 2010

Epílogo (Soneto)

O texto que segue é de Gregório de Matos, nascido em Salvador em 1636 e conhecido também como Boca do Inferno. Esse poema é apresentando como um rap na Praça da Língua no Museu da Língua Portuguesa, o que faz ele soar ainda mais atual embora tenha mais de 3 séculos de idade!

Epílogo (Soneto)

"Que falta nesta cidade?................Verdade

Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.

Quem a pôs neste socrócio?..........Negócio
Quem causa tal perdição?.............Ambição
E o maior desta loucura?...............Usura.

Notável desventura
de um povo néscio, e sandeu,
que não sabe, que o perdeu
Negócio, Ambição, Usura.

Quais são os seus doces objetos?....Pretos
Tem outros bens mais maciços?.....Mestiços
Quais destes lhe são mais gratos?...Mulatos.

Dou ao demo os insensatos,
dou ao demo a gente asnal,
que estima por cabedal
Pretos, Mestiços, Mulatos.

Quem faz os círios mesquinhos?...Meirinhos
Quem faz as farinhas tardas?.........Guardas
Quem as tem nos aposentos?.........Sargentos.

Os círios lá vêm aos centos,
e a terra fica esfaimando,
porque os vão atravessando
Meirinhos, Guardas, Sargentos.

E que justiça a resguarda?.............Bastarda
É grátis distribuída?......................Vendida
Que tem, que a todos assusta?.......Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa,
o que El-Rei nos dá de graça,
que anda a justiça na praça
Bastarda, Vendida, Injusta.

Que vai pela clerezia?..................Simonia
E pelos membros da Igreja?..........Inveja
Cuidei, que mais se lhe punha?.....Unha.

Sazonada caramunha!
enfim que na Santa Sé
o que se pratica,
é Simonia, Inveja, Unha.

E nos frades há manqueiras?.........Freiras
Em que ocupam os serões?............Sermões
Não se ocupam em disputas?.........Putas.

Com palavras dissolutas
me concluís na verdade,
que as lidas todas de um Frade
são Freiras, Sermões, e Putas.

O açúcar já se acabou?..................Baixou
E o dinheiro se extinguiu?.............Subiu
Logo já convalesceu?.....................Morreu.

À Bahia aconteceu
o que a um doente acontece,
cai na cama, o mal lhe cresce,
Baixou, Subiu, e Morreu.

A Câmara não acode?...................Não pode
Pois não tem todo o poder?...........Não quer
É que o governo a convence?........Não vence.

Que haverá que tal pense,
que uma Câmara tão nobre
por ver-se mísera, e pobre
Não pode, não quer, não vence."

É ou não é?

Hoje visitei o Museu da Língua Portuguesa (http://www.museulinguaportuguesa.org.br/), localizado na estação da Luz de São Paulo. É um passeio obrigatório para todos que tiverem um tempinho em São Paulo!
O museu ocupa três andares, conta com exposições temporárias e é o maior dedicado inteiramente ao nosso idioma. Tudo muito bem feito, bonito e moderno.
Das partes que mais gostei tem a Linha do Tempo, que explica desde a origem dos idiomas e suas diversas famílias, até as alterações que nossa língua sofreu durante o tempo, e o Beco das Palavras, um jogo muito divertido e interativo de montar palavras e conhecer mais sobre elas!
Agora, o que realmente é de tirar o fôlego é a Praça da Língua! Textos e imagens se fundem em uma sala com citações dos maiores autores!
Além do museu, ainda vale a visita pela bela Estação da Luz e o parque da Luz logo em frente. De quebra se tiver pique, ainda tem a Pinacoteca do Estado logo ao lado
.
Dentre todas as obras apresentadas na Praça da Língua, as que mais chamaram minha atenção foram "Epílogo" de Gregório de Matos (vou postar ele separado, por que é maior) e um fragamento de "Memórias de Emília" (1936) de Monteiro lobato que reproduzo aqui:

..a vida, Senhor Visconde, é um pisca - pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

Saindo do museu só tive uma certeza... A lingua Portuguesa é realmente linda e muito rica! É ou não é?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

The Turning



Sabádo foi dia do show do Oasis em São Paulo! Pra variar, como da última vez que vieram em 2006, choveu! Não tanto quanto da outra vez, mas o suficiente para os ambulantes venderem muitas capas de chuva (que parecem uma camisinha humana) e eu acordar com dor de garganta no dia seguinte.
Rendeu inclusive uma brincadeira simpática do Noel sobre a chuva e sua vinda a SP.
Foi legal ver (e escutar) o novo baterista da banda, Chris Sharrock, em ação! Com direito a apresentação por parte do Noel e aclamação da galera, o cara realmente mandou muito bem!
Valeu também ver (e ouvir) o tecladista que acompanha a banda, Jay Darlington (que parece Matuzálem e deve ter uns 145 anos).
O show do Oasis durou 1h40, foi bem empolgante e o repertório variado, com a versão acústica e intimista de "Don't look back", a clássica "wonderwall", "Slide away" e "Supersonic" que fizeram todos pularem, "The masterplan" que eu não esperava ouvir, "SongBird" no momento mais romantico do show, e as 6 músicas novas do "Dig out your soul", que se não empolgaram todo mundo (tinha gente viajando nessa hora) deram um ótimo toque ao show. Mas eu fiquei com a impressão que faltou alguma coisa... a grande ausência da noite para mim foi "The Turning" (que dá título ao post) do disco novo, que pra mim é a melhor do disco e não foi tocada =(
Talvez se o show durasse mais 20 minutos (afinal, sempre queremos mais), todo mundo sairia mais satisfeito. Não foi dificil ouvir enquanto a plateia se dispersava de pessoas reclamando de não terem tocado "Stand by me" e "Don't go away" entre outras.
Apesar da sensação de quero mais que ficou... foi um ótimo show pra quem gosta de rock e foi lá pra ver os caras ao vivo. Fiquei feliz com isso! Mas não foi um show tão emociante, tão bom, tão impressionante, tão produzido quanto foi o do Radiohead - sei que não cabe comparações entre as bandas e estilos - mas é inevitável pra mim não relacionar com o melhor show que já vi.
Detalhe negativo para a área vip gigante que a ticketmaster (sic) fez, que ocupou quase metade da arena, dificultando para quem não estava lah dentro ver o show. Afinal o pessoal da area vip sentou na mureta que separava e claro, cobriu a visão de quem estava atrás, o que gerou muito protesto da galera. O palco podia ter ficado mais alto também, isso facilitaria pra quem ficou no fundo.
Pena que cheguei tarde e não consegui acompanhar todo o show de abertura do Cachorro Grande, peguei apenas as 3 últimas músicas e o cover (excelente) dos Beatles, "Helter Skelter", com um momento de tiete do vocalista no final gritando: "Oasis, Oasis"!

Cortesia do UOL, segue o setlist do show:

- Fuckin In The Bushes
- Rock Roll Star
- Lyla
- The Shock Of The Lightning
- Cigarettes & Alcohol
- The Meaning Of Soul
- To Be Where Theres Life
- Waiting For The Rapture
- The Masterplan
- Songbird
- Slide Away
- Morning Glory
- Ain't Got Nothin'
- The Importance Of Being Idle
- Im Outta Time
- Wonderwall
- Supersonic

Bis:
- Don't Look Back In Anger
- Falling Down
- Champagne Supernova
- I Am The Walrus