segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Somos carentes de Rock Nacional?

Outro dia estava ouvindo na rádio as atrações nacionais já confirmadas para o Rock'n'Rio 11 e bem... percebi que eu estou carente de rock nacional, e você?

Sou carente de rock
De rock brasileiro
Tocando com fúria e paixão
Sem ser falso ou ser moda
Que seja verdadeiro

Sou carente de rock
Do sul, sudeste e nordeste
Norte, centro-oeste e DF
De refrões sem nome de mulher
Sem palavrões desnecesários

Sou carente de Rock
De atitude e de carisma
Versos sagazes, riffs novos
Heróis que morrem de overdose
Sem pose e sem firulas

Sou carente de Rock
Na minha lingua, com a minha cara
Com a nossa cultura, nossa levada
Que possa encher o line up de um festival
E dizer: esse é o nosso Rock Nacional!

PS: Ainda existe coisa boa no rock nacional mas parece que a cada dia que passa as opções diminuem, principalmente as bandas novas!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Os CD's das irmãs do Frank

Hora de fechar a trilogia de posts sobre influências musicais (Você pode ler o primeiro aqui, e o segundo aqui)!
Os dois primeiro foram sobre bandas nacionais, mas por que no ínicio eu tinha um pouco de resistência ao rock internacional. Coisa que só começou a mudar lá pela 7º e 8º série.
Nessa época eu tinha um amigo chamado Frank, que tinha três irmãs mais velhas! E elas sempre tinham algum CD novo, lançamento, bandas novas e gostavam de rock, logo sempre tinha alguma coisa que o Frank chegava na escola com o diskman e falava "ouve essa banda, peguei com a minha irmã, muito bom".
O primeiro que me lembro de ter levado pra casa e ouvido com calma era um compacto do U2, com 4 músicas que eu lembro até hoje, eram "The Unforgettable Fire", "MLK", "A Sort of Homecoming" e "Bad", todas do disco The Unforgettable Fire (1984), que lembrando agora me faz pensar que aquele CD devia ser um single.
Bad era minha favorita, a melodia que vai crescendo até chegar ao climax, como eu curti aquele som! Essa foi a música que abriu as portas do rock internacional para mim.
Vários outros CD's do U2 chegaram até mim pelas irmãs do Frank, como o "Under a Blood Red Sky" e "Acthung Baby" - o melhor da banda até hoje para mim - e todos viravam fitas K7. (isso foi antes do mp3, ok?)
Também foi assim que eu ouvi o Ten do Pearl Jam pela primeira vez, assim como alguns bootlegs da banda que em pouco tempo se tornou a minha favorita!
E era impressionante como sempre tinha coisa legal para pegar emprestado, de Crash Test Dummies a The President Of The United States (que já foi tema desse post aqui).
Pena que eu tinha o péssimo hábito de não ouvir os CD's inteiros com calma, muitas vezes escutava apenas 30 segundos de uma faixa e pulava para a próxima. Ainda bem que perdi esse hábito, por que você perde muita coisa legal fazendo isso. 
O último emprestimo valioso que fiz com o Frank foi o Led Zeppelin II. Sai da casa dele com o CD e fui para a casa de outro amigo fazer um trabalho de escola e começamos a ouvir até o pai dele aparecer e perguntar se a gente gostava de ouvir aquela barulhada!
Depois acabamos perdendo contato, a amizade, e o emprestimos acabaram. Mas o gosto pelo rock ficou. E é interessante perceber que três das bandas que eu mais gosto, U2, Led e Pearl jam, eu ouvi pela primeira por causa dos CD's que ele emprestava das irmãs!
Fiquei em dúvida de qual música usaria para fechar o post, mas Bad me parece a escolha ideal. Afinal nada melhor que terminar onde tudo começou! =P

Bad
(U2)

If you twist and turn away
If you tear yourself in two again
If I could, yes I would
If I could, I would
Let it go
Surrender
Dislocate

If I could throw this

Lifeless lifeline to the wind
Leave this heart of clay
See you walk, walk away
Into the night
And through the rain
Into the half-light
And through the flame

If I could through myself

Set your spirit free
I'd lead your heart away
See you break, break away
Into the light
And to the day

To let it go

And so to fade away
To let it go
And so fade away

I'm wide awake

I'm wide awake
Wide awake
I'm not sleeping
Oh, no, no, no

If you should ask then maybe they'd

Tell you what I would say
True colors fly in blue and black
Bruised silken sky and burning flag
Colors crash, collide in blood shot eyes

If I could, you know I would

If I could, I would
Let it go...

This desparation

Dislocation
Separation
Condemnation
Revelation
In temptation
Isolation
Desolation
Let it go

And so fade away

To let it go
And so fade away
To let it go
And so to fade away

I'm wide awake

I'm wide awake
Wide awake
I'm not sleeping
Oh, no, no, no


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Inimigo é Outro

Vou dar uma pausa nos posts sobre bandas que me influenciaram e falar um pouco de cinema! Mais precisamente de Tropa de Elite 2. (Acho que não tem problema agora que todo mundo já assistiu, né?)
Não, a ideia não é fazer uma critíca, apenas dar vazão a alguns pensamentos antes de dormir.
Ainda lembro bem de quando vi o primeiro filme (primeiro o pirata, depois no cinema) e da sensação "tapa na cara" que ele deixava. Gostei tanto que comprei o livro que li em poucos dias, e nele o "tapa na cara" era ainda mais forte!
O "Elite da Tropa" é dividido em duas partes. A primeira chamada "Diário de Guerra" contém várias histórias sobre o BOPE e a PM carioca, várias delas que serviram de inspiração para o primeiro filme. A segunda parte se chama "A Cidade Beija a Lona", e já mostrava que o inimigo era outro. Lembro que quando terminei essa última parte pensei que ela daria uma ótima continuação, e embora a história do Tropa 2 seja diferente a inspiração é nítida.
Por isso se o primeiro filme foi um tapa na cara, o segundo é um soco no estômago!
Não por ser mais violento - e não é - mas por ir mais fundo na questão da corrupção em todas as esferas do poder. Se no primeiro a temática era traficante, "universitariozinho de merda" e polícia corrupta, agora as balas vão também na direção da política e do governo.
E é interessante ver como o personagem do Capitão Nascimento vai evoluindo na história, percebendo o quão mais embaixo é o buraco, como o sistema está corrompido e se adapta para continuar sempre levando vantagem, até chegar na conclusão que como ele mesmo diz; "O sistema é foda" e vai levar muitos anos para mudar isso.
Pode ser óbvia essa conclusão, mas acontece que por mais óbvio que seja tudo que o filme apresenta, muitas vezes não damos atenção a isso por estarmos "ocupados demais com outras coisas". E aí vem o que acho melhor no filme, ao trazer ao público um "choque de realidade" mesmo que por alguns breves instantes.
Se nesses breves instantes o filme conseguir fazer com que o público pense que quem ele votou pode ser um dos responsáveis pelo crime e corrupção na cidade, que nem tudo que é apresentado como versão oficial ou saí na mídia é a verdade e deve ser engolido como tal sem discussão, então o soco no estômago valeu a pena.
Claro que não tenho a ilusão de achar que um filme vai mudar a forma como as pessoas pensam e agem, até por que para muitas pessoas aquilo não passou de um simples entreterimento e de comparar o primeiro com o segundo. Mas se pelos menos algumas pessoas viram e refletiram sobre aquilo, então ainda dá para mudar o sistema e melhorar as coisas!
Foi por isso que quis escrever esse post! =)

PS 1: Acho que não deixei nenhum spoiler que estrague a diversão de quem ainda não viu o filme né?
PS 2: Para não ficar sem falar de música, e entregando um spoiler, o filme fecha muito bem com O Calibre dos Paralamas do Sucesso quee já foi tema desse post aqui.