segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Urbana Legio Omnia Vincit

Já devo ter falado algumas vezes de uma antiga fita K7 que meu pai tinha, e eu ainda tenho ela guardada em alguma caixa aqui em casa, e que foi o que me influênciou a começar a ouvir rock nacional. Essa fita continha algumas músicas da Legião Urbana - Dois, do Capital Inicial - o primeiro e homônimo disco, Titãs - o clássico Cabeça Dinossauro, e pra finalizar a incompleta (faltava a última estrofe) Time do Pink Floyd que fechava o lado B.
Eu escutava tanto essa fita que até hoje lembro a ordem de algumas músicas, os "pulos" que dava entre uma faixa e outra e o ruído da agulha sobre o vinil da qual ela foi gravada.
E não é que essa semana estava indo para o trabalho e durante o Wake Up da Kiss FM tocou Andrea Doria? E quando começou a música no rádio, eu ouvia os estalos da agulha, os mesmos ruídos que haviam na fita, daquela gravação que eu ouvi várias vezes na minha infância! Engraçado como algumas coisas ficam tão impressas na nossa memória né?
Junto com aquela canção vieram lembranças de quando eu ouvia Legião Urbana quase todos os dias. Do primeiro CD comprado (que foi o Dois), de estudar para o vestibulinho do C.T.I.G. ao som de Química, de economizar a grana do lanche para comprar os CD's que faltavam, e por aí vai.
Um amigo disse uma vez que quando ele ouviu o Dois teve certeza que Legião era um porre, mas pra mim é diferente. Esse disco representa onde tudo começou e até hoje quando ouço ele, como agora enquanto escrevo o post, eu curto (quase) da mesma forma que curtia. O quase está aí porque a nossa percepção muda com o tempo, assim como alguns gostos.
Lembro que uma vez vi uma entrevista do Marcelo Bonfá em que ele dizia que achava o Dois um disco experimental e por isso um pouco inferior aos demais trabalhos da banda. Na época eu não entendi direito, mas hoje percebo que o Dois é realmente mais experimental. Sabe aquela história da banda que lança o segundo disco e ainda está tentando encontrar seu som ideal, se firmar? Pois é isso que o disco é, embora mesmo assim tenha algumas das canções mais emblemáticas da Legião.
Pra fechar e não me alongar muito no post, vou deixar a letra e o video da música que motivou o post e alguns PS's no final:

Andrea Doria

Às vezes parecia
Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo...
Teríamos o mundo inteiro
E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços
De vidro...
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir...
Não queria te ver assim
Quero a tua força
Como era antes
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada...
Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto...
Até chegar o dia
Em que tentamos ter demais
Vendendo fácil
O que não tinha preço...
Eu sei é tudo sem sentido
Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim...
Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei...
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também...



PS 1: Falando em Legião, essa semana a EMI anunciou que vai lançar um box com todos os discos de estúdio remasterizados! Prato cheio para os fãs que como eu perderam alguns CD's no caminho. =P A notícia inteira está nesse link.
PS 2: O título do post é a frase presente em todos os discos da banda, menos o último "A Tempestade". Quer dizer: Legião Urbana a tudo vence, adaptação feita por Renato Russo do mote Romana legio omnia vincit (Legião romana a tudo vence), criado pelo imperador romano Julio Cesar.

Um comentário:

Marco Aurélio [Locomotiva Produções] disse...

Acho que esse amigo que considerou o Dois um porre sou eu né??? auhsauhsauhasua

Maneiro o post cara...Vou tentar escutar o Dois de novo. Talvez quando eu tinha escutado não estivesse maduro musicalmente pra isso ainda, e vc sabe que eu sou meio radical com música né? :P

Abração!