300 palavras, isto escrito no quadro começava a primeira aula do professor Feliciano “Se vocês pretendem ser escritores, devem ser capazes de expressar suas ideias em um texto com 300 palavras, nem mais nem menos”, dizia ele completando com um certo ar de irônia “não deve ser difícil para uma geração que está acostumada a se expressar em 140 caracteres, não é?”.
Ok, 300 palavras é coisa pra caramba e dá pra fazer um texto legal. Vai dar mais trabalho contar as palavras uma a uma, já que era pra ser feito a mão no caderno e não teríamos a facilidade do contador de palavras do processador de texto. Segundo dizia o professor o computador deixava as pessoas preguiçosas, “Já não se importam em escrever certo já que basta um botão para corrigir seus erros, muitos grandes escritores ainda preferem a boa e velha máquina de escrever”. “Bullshit”, penso eu, embora reconheça que o corretor ortográfico quebre um galho e que escrever usando uma Olivetti tem um charme especial.
“Vamos escrever sobre o que?” pergunta uma aluna, morena de óculos retangular que entra na lista da pegáveis assim que tiver o primeiro buteco da turma. “Tema Livre” responde ele. E eu, “Fodeu, vou escrever sobre o que?”.
300 palavras é muito quando você não tem o que dizer. Ou pode ser pouco se você ficar divagando, desperdiçando as palavras sem saber aonde quer chegar. Pensei em perguntar se 300 palavras não seria um limite que castraria o pensamento do autor, e ainda citar Saramago e sua crítica ao limite de caracteres do twitter. Se seguisse meu instinto teria perguntando com aquele ar de “o engraçadinho da sala”, mas achei melhor não arriscar e levar uma resposta atravessada, ficando marcado já no primeiro dia de aula.
Pronto, é isso. 300 palavras.
Ok, 300 palavras é coisa pra caramba e dá pra fazer um texto legal. Vai dar mais trabalho contar as palavras uma a uma, já que era pra ser feito a mão no caderno e não teríamos a facilidade do contador de palavras do processador de texto. Segundo dizia o professor o computador deixava as pessoas preguiçosas, “Já não se importam em escrever certo já que basta um botão para corrigir seus erros, muitos grandes escritores ainda preferem a boa e velha máquina de escrever”. “Bullshit”, penso eu, embora reconheça que o corretor ortográfico quebre um galho e que escrever usando uma Olivetti tem um charme especial.
“Vamos escrever sobre o que?” pergunta uma aluna, morena de óculos retangular que entra na lista da pegáveis assim que tiver o primeiro buteco da turma. “Tema Livre” responde ele. E eu, “Fodeu, vou escrever sobre o que?”.
300 palavras é muito quando você não tem o que dizer. Ou pode ser pouco se você ficar divagando, desperdiçando as palavras sem saber aonde quer chegar. Pensei em perguntar se 300 palavras não seria um limite que castraria o pensamento do autor, e ainda citar Saramago e sua crítica ao limite de caracteres do twitter. Se seguisse meu instinto teria perguntando com aquele ar de “o engraçadinho da sala”, mas achei melhor não arriscar e levar uma resposta atravessada, ficando marcado já no primeiro dia de aula.
Pronto, é isso. 300 palavras.