Há muito tempo atrás, em uma galáxia bem próxima a nossa na verdade, existia uma série de filmes que influenciou de forma única o cinema e a cultura pop. Ontem essa série ganhou sua tão aguardada continuação na forma do episódio VII da saga Star Wars – O Despertar da Força.
Para rejuvenescer a franquia chamaram o diretor J.J. Abrams que, junto com o roteirista Lawrence Kasdan (de O Império Contra-Ataca) e Joseph Campbell (Uma Nova Esperança), assina o roteiro do filme.
Essa proximidade dos envolvidos com os filmes clássicos acredito que possa ser a responsável pelas principais qualidades e problemas da nova história, mas logo chegamos a isso.
Apostando em um elenco diverso temos agora Rey (Daisy Ridley) como grande protagonista, uma mulher abandonada em um planeta desértico, um android simpático (BB8) com um segredo que todos querem, um império maligno – agora chamado a primeira ordem, um vilão do lado Negro – Kilo Ren (Adam Driver) e seu mestre o Líder Supremo Snoke (Andy Serkis) , um mestre jedi desaparecido, e a rebelião que luta pelo bem
Adicione a essa mistura, que se parece conhecida não é por acaso, o personagem Finn (John Boyega) – uma das melhores adições à história – ele é um stormtrooper com crise de consciência que serve como alivio cômico e parceiro de Rey. Ah, claro, temos também a volta de Han Solo (Harrison Ford, roubando a cena em todas suas aparições assim como no original), Chewie, e da agora General Lea (Carrie Fisher), para alegria dos fãs.
Nessa jornada para salvar a galaxia da ameaça da Primeira Ordem, Rey, Finn e o piloto Poe Dameron (Oscar Issac) – que aparece bem pouco na verdade, se revezam nas funções que no original eram desempenhadas por Luke SkyWalker (Mark Hamill), Han Solo e Princesa Leia.
E aí é que está. Se por um lado a proximidade da história com o filme de 1977 agrada aos fãs e serve para atualizar a franquia para o novo público, por outro perde qualidade na hora de surpreender.
O arco de histórias se desdobra de forma muito semelhante à Uma Nova Esperança e mesmo as grandes perguntas do filme são fáceis de serem deduzidas se você conhece o mínimo dos clássicos.
Os jedis são reais? Sério? Depois de tudo que aconteceu as pessoas ainda acham que eles são lendas? Não tinha TV ou livros de história naquela galáxia super avançada tecnologicamente?
Quem é Kilo Ren? Não é tão difícil imaginar e a dúvida não perdura por muito tempo. Além disso o vilão, que é bem ameaçador e pode crescer nos próximos filmes, quando alguma coisa dá errado, descarrega sua raiva com seu sabre de luz contra os painéis da nave, como uma criança mimada. (Eu gostava mais do Darth Vader estrangulando oficiais com a força).
Como a rebelião vai destruir a nova arma de destruição em massa? Sim, ela é maior agora e possui falhas graves no projeto que qualquer stormtrooper sabe de cor.
Onde está Luke Skywalker? Bem, essa você vai ter que assistir para saber.
Essa resolução rápida dos problemas usando os mesmos artifícios dos outros filmes decepciona. Afinal, é uma continuação ou um remake?
Apesar disso, o filme é divertido, os efeitos especiais são encantadores, o elenco tem muita química e uma atuação muito boa, as referencias aos clássicos levam os fãs ao delírio, e provavelmente baterá todos os recordes de bilheteria imagináveis.
Um filme para agradar todos os fãs, os novos e os antigos, seduzir as massas e abrir a porta para um novo mundo. Muitas perguntas terminam em aberto e espero que nas continuações ganhem uma resposta criativa e verdadeiramente surpreendente. Star Wars e os fãs merecem.